Nesta animação que mescla ilustração em película 35mm, arte digital, desenho animado, colagem, computação gráfica e imagem gerada por inteligência artificial, um cometa anão cruza galáxias atrás de seu companheiro perdido até encontrar o limite de sua realidade.
Desbravando o desconhecido
Estelar, curta experimental de Olavo Fernandes, é uma experiência que somente o audiovisual pode oferecer. Com suas cores que dançam na tela e com uma enigmática voz narrando ao pé do ouvido que viver é traçar uma jornada pela existência e consequentemente pelo universo, o filme não perde tempo em se tornar uma experiência totalmente etérea, que nos retira deste plano para expor que somos parte de um universo que transcende a nossa existência, e também a própria.
Conforme o filme avança a artificialidade do curta como produto artístico é cada vez mais exposta, com pinceladas constantemente à mostra e rolos de filme aparecendo em tela, o que pode levantar a questão; Só compreendemos o universo, e a existência, da maneira que eles se apresentam para nós. E nesse caso, a óptica é a das artes visuais, que cada vez mais entregues à própria abstração fazem com que encontrar sentido seja tão fácil quanto encontrá-lo na própria existência. Não é fácil desbravar aquilo que não conhecemos, e cada um de nós está desbravando o universo à sua própria maneira. No caso de Olavo, Emília, Matheus e Antônio, responsáveis pela obra, o desbravamento é por meio da arte.
Mas na verdade, o esforço para entender pode acabar sendo em vão, a compreensão é superestimada e a experiência melhora quando conseguimos relaxar e perceber a beleza daquilo que está bem na nossa frente; a vida, o universo, esse curta.